Panorama nacional do uso da técnica de identificação genética nos serviços oficiais de identificação e a participação do cirurgião-dentista
AndréiaMoribe Baraldi,
LéaMariaBezerrade Menezes,
José Pascoal daSilvaJúnior,
Rogério NogueiraOliveira
Os autores tratam da identificação por meio de DNA do corpo após a morte e a participação do cirurgião dentista nesse processo.
Quimicamente, o DNA é igual em todas as pessoas, diferindo somente no conteúdo informacional que é dado pela sequência de bases. Cerca de apenas 0,1% de todo o genoma humano difere de uma pessoa para outra. É justamente nesta diferença que se baseiam as técnicas de identificação, pois não existem duas pessoas com a mesma sequência de bases no seu DNA, exceto gêmeos idênticos.
Porém, a inserção de novas tecnologias nos serviços de identificação humana está condicionada aos recursos financeiros disponíveis em cada Estado para aquisição de equipamentos e/ou adaptação ou construção da infra estrutura. Além disso, há necessidade de criação ou remanejamento do quadro de pessoal e atualizações técnicas para trabalhar com as novas metodologias.
O método utilizado pelos autores foi a aplicação de questionário em todas as capitais do país, vejamos: Para a coleta de dados aplicou-se um questionário visando estabelecer quais são os centros que utilizam a técnica de DNA para identificação criminal, os tipos de amostras biológicas utilizadas, a existência de certificado de creditação dos laboratórios, número de exames realizados, categorias de profissionais que compõem a equipe de DNA forense, quantidade de cirurgiões-dentistas presentes nos institutos de identificação e quantos destes trabalham com o DNA forense.
O papel do Cirurgião foi desenhado nas seguintes linhas: O cirurgião-dentista inserido no contexto pericial pode auxiliar principalmente em situações em que o cadáver apresenta-se esqueletizado, carbonizado ou em estágio avançado de decomposição. Na presença de marcas de mordida, sua abordagem pericial primária está relacionada à análise das características dentárias presentes na lesão deixada na vítima ou no objeto encontrado no local de crime. Entretanto, quando essas características não produzem resultados satisfatórios, a análise do DNA obtido das células presentes na mucosa oral e coletas no suporte em que foi deixada a mordedura consistem numa etapa importante para a determinação da identidade do indivíduo que produziu este vestígio.
A conclusão breve dos autores revela a extrema importância desse trabalho para o encontro da verdade nos casos onde apenas o olhar clínico não é suficiente: As técnicas de identificação genética são importantes ferramentas que foram inseridas na prática forense para auxiliar na resolução de questões consideradas antes insolúveis para a Criminalística, Medicina e Odontologia Legal. O caráter multidisciplinar da atividade pericial e a experiência dos poucos Estados, onde o odontolegista já está atuando, sugerem que na equipe de DNA forense existe a necessidade da presença do odontolegista nesta equipe.
Aspectos genéticos e imunológicos da
periodontite agressiva
Miguel Angel Muñoz
Rafael Baggio
João Paulo Steffens
Fábio André Santos
Gibson Luiz Pilatti
Os autores iniciam dando uma visão geral sobre a doença e sua atuação, são suas palavras: A periodontite agressiva (PA) é uma doença de destruição rápida do periodonto de sustentação que acomete pacientes sistemicamente saudáveis e tende a ter agregação familiar. O paciente pode apresentar quantidades de cálculo e biofilme dental não compatíveis com a destruição tecidual, elevadas proporções dos periodontopatógenos Aggregatibacter actinomycetemcomitans e Porphyromonas gingivalis e progressão da perda óssea e de inserção autolimitantes. Entre os aspectos imunológicos envolvidos, anormalidade fagocitária e fenótipos hiper-responsivos de macrófagos, incluindo níveis elevados de prostaglandina E2 e interleucina1, estão geralmente, mas não de modo absoluto, Presentes.
O artigo tenta provar que a doença em questão provem de herança genética e por tanto pode ser diagnosticado sua probabilidade de aprecimento, senão vejamos: Fatores genéticos e ambientais estão associados à susceptibilidade do paciente à PA. Alguns polimorfismos têm sido relacionados com a intensidade da reposta do hospedeiro ao biofilme
dental. A agregação familiar é uma ocorrência comum na PA. A explicação para essa agregação seria a transmissão de polimorfismos genéticos que alteram a susceptibilidade do hospedeiro à doença, exacerbando a resposta inflamatória. Outra característica típica da PA é a apresentação anormal dos neutrófilos, a primeira linha de defesa
do organismo contra agentes estranhos.
Os autores destacam o conhecimento corrente sobre o agente da doença, descartando qualquer tipo de dúvida sobre ele: O biofilme dental é indiscutivelmente o agente etiológico primário da PA. Isso significa que uma informação universalmente aceita sobre qual genótipo mais se relaciona com a PA deve ser compreendida à luz da população estudada.
Explica-se inclusive os agravamentos que se pode vir a obter no decorrer da doença: Também há que se observar o caráter autodestrutivo dessa classe de doença periodontal. Por meio de algum mecanismo, a linha de defesa do organismo oferece uma resposta exacerbada a um estímulo externo (biofilme dental) que, ao mesmo tempo em que combate o agente agressor, promove destruição tecidual considerável. Essa exacerbação do processo inflamatório, relacionada também com as características dos neutrófilos recrutados, parece ser herdável de alguma maneira.
Dessa forma , concluem os autores: Na presença do biofilme dental, a susceptibilidade do hospedeiro à PA varia entre regiões, países e etnias. Diferentes teorias têm sido propostas para explicar a maior susceptibilidade de alguns indivíduos à doença, e os estudos genéticos e imunológicos têm assumido papel de grande importância nesse campo. Os processos imunoinflamatórios que parecem estar alterados em pacientes com PA podem ser transmitidos verticalmente, explicando a agregação familiar associada à doença.
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